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Ironman Brasil Florianópolis 2014 - A SUPERAÇÃO


Primeiramente, quero agradecer a todos que torceram e me mandaram energias positivas.

Aos meus parceiros que acreditaram em mim e me ajudaram muito em mais uma conquista de um Ironman: Clínica de Fisioterapia Esportiva Reestruturar, Doutor Ronaldo Arkader Endocrinologia e Medicina do Esporte, CMTeam, KingBike, JPerotti Team e Cromopix Camisetas Esportivas.

Agradeço, mais uma vez, as minhas duas famílias (do meu lado e da Lú), aos meus amigos presenciais e on-lines, que sempre torceram por mim, principalmente ao super casal Tetê Matos e Claudio, vocês são d+!

E finalmente, um super agradecimento a minha eterna companheira, super esposa, coach, parceira, incentivadora, motivadora, médica, enfermeira, staff e grande amor da minha vida: Luciana Perotti Costa.

Meu muuuuuiiitoooo obrigado a todos vocês!!!!

(Momento após a cirurgia)

Quem me conhece ou me segue nas redes sociais, sabe que este Iron foi, pra mim, o IRONMAN da SUPERAÇÃO TOTAL.....rs.

Em Dezembro, tive meus treinos interrompidos por uma hérnia inguinal e uma hérnia umbilical. Fiz a cirurgia em Dezembro mesmo, aliás, agradeço muito a preocupação em me ajudar e a competência dos meus médicos Dr. Paulo Ricardo Botelho Costa e Eduardo Monteiro.

(Radiografia)

Depois de quase 3 meses de recuperação, comecei a treinar novamente, natação, ciclismo e corrida, porém no ciclismo sempre quando me inclinava para pedalar no clip, sentia a tela que foi colocada no abdômen me incomodar um pouco, acabei acostumando. Já na corrida, e aqui quem ama correr me entende, comecei a forçar um pouco mais nos treinos, pois é o esporte que tenho o melhor desempenho, e por abusar nos treinos acabei tendo uma fratura por stress na tíbia.

Lá se vão mais semanas de treino.

Voltei a treinar faltando somente 7 semanas para o Iron.

Com todos esses acontecimentos, tive que me preparar para somente completar a prova, o que já seria desafio suficiente para o meu corpo e principalmente para a cabeça, pois sempre quero me superar e como no Ironman de 2013 fiz em 14h:17min, é claro que eu tinha a pretensão de baixar para sub 12 esse tempo.​

Foi difícil, mas firmei meu pensamento que realmente o completar a prova novamente já seria um P.... desafio.

(Josy, eu e Fernanda - Reestruturar)

E dá-lhe fisioterapia com as meninas da Reestruturar e musculação com os treinos TOPs passados pelo meu cunhado pra colocar a carcaça em dia.

Nesse meio tempo, começo a fazer uma batelada de exames que

Eu e Dr. Ronaldo Arkader

meu endócrino me pediu. Quando o resultado saiu, a surpresa: Hipotireoidismo, Testosterona e DHEA baixos.

Pqp, acho que devo ter colado chiclete na Cruz em outra vida...rs.

Mas vamos lá, estava em ótimas mãos e bora tratar disso também!

Comecei a me sentir o próprio Joseph Climber

Chega a semana que antecede a tão esperada prova.

Viajamos na madrugada de Sábado (17) pra Domingo (18) para Curitiba/PR e ficamos na casa da cunhada Cris Perotti, como sempre, tudo perfeito.

Pq. Jd. Botânico - João, Cris, Lú e Eu

Amo Curitiba, principalmente pelos vários parques que a cidade tem para treinar.

Saímos de Curitiba na terça pela manhã e chegamos em Jurerê Internacional – Florianópolis/SC na hora do almoço.

Ficamos na mesma casa do ano passado, 12 pessoas, sendo 6 que fariam a prova. Uma galera super animada!

Foi uma semana mágica, nem o frio estragou a festa que vira a chamada “Cidade Ironman”.

Na quinta dia 22 fizemos o reconhecimento de boia, muita agua viva dando aquele caloroso

abraço nos triatletas...rs.

Também fizemos vários pequenos treinos de corrida e de bike durante a semana.

Só quem já vivenciou essa semana, para saber o clima de energia positiva que fica em todo Jurerê Internacional. Empolga até os mais acomodados!

Na sexta tivemos o congresso técnico, onde além de termos as informações necessárias, aproveitamos para encontrar os amigos.

Este ano a informação mais polemica foi a de que todos os triatletas teriam que passar sozinhos pelo pórtico de chegada, assim como é em outros países.

Não achei ruim, pois existe muita gente sem noção que chega a atravessar com mais de 10 pessoas pelo pórtico, o que acaba atrapalhando a chegada e a foto do atleta que vem atrás. Não gostaria se isso acontecesse comigo.

No sábado, cada triatleta precisa levar suas sacolas de transição de uma modalidade para a outra e sua bike para o local das transições.

Este ano, tivemos a infeliz surpresa de que não haveria a capa plástica para cobrir as bikes, que ficam ao relento. Ai, corre atrás de alguém que esteja vendendo capa por ali.

Isto resolvido, vamos para a área das sacolas deixa-las e em seguida para a pintura do número no corpo. Diga-se de passagem, este ano finalmente fizeram aquelas tatuagens, ao invés de escreverem com caneta piloto. (O que geralmente ficava horrível e saia tudo na roupa de borracha.)

David, Christian, Eu, João


Como no dia anterior eu senti o joelho da perna que fraturei, aproveitei e pedi para o meu amigo

David, que é físio, para dar uma olhada. Ele me aconselhou fazer Knesio no local para dar sustentação. Lá fui eu para a Expo Iron fazer a bandagem. É melhor prevenir, né?! A carcaça tá toda podre, então não vou arriscar!....rs.

E finalmente chega o grande dia!

Acordamos às 4h para tomar um bom café e ir caminhando até a área de transição deixar as sacolas de Special Needs, que são as sacolas que você pode deixar coisas que possa precisar tanto na Bike quanto na corrida e não quer levar com você durante todo o percurso. Tipo câmera de ar reserva, uma blusa, Tênis reserva, meia reserva, remédios etc.

De lá partimos, já com a roupa de borracha, para o local da largada. Cerca de mais uns 800mts de caminhada. Nem precisa falar que mesmo com a roupa de borracha, o frio estava de cortar a pele.

Eu, Lú, minha sogra Silvia e João

Depois de despedir de todos que ali estavam nos acompanhando, fomos para o curral de largada. Areia fria pacas!...rs.

Ali você já faz suas orações, seu aquecimento e começa a lembrar de tudo que passou para chegar até aquele momento. Sobe aquele frio na espinha e um nó na garganta.

Largada - João, Eu e Dú

Repara em cada atleta ao seu redor, vê que todos estão com os sentimentos a flor da pele, mas todos felizes e loucos para largar e começar a tão sonhada batalha.

Finalmente toca-se a buzina e a faixa de largada é erguida!

Coração vai a milhão, você esquece o frio, não sente se a água está gelada ou não e entra, literalmente, de cabeça na prova.

Claro, deixei a massa entrar bem na água para eu começar a dar as primeiras braçadas. Antes disso, cheguei até a recolher e jogar para a areia os vários chips que começaram a pipocar na superfície da água.

Bora começar a nadar!

Este ano, assim como em 2013, haviam muitas águas vivas. Porém, diferente do ano passado, estas estavam queimando bastante, principalmente no rosto, que era uma das poucas áreas descobertas do corpo.

Faço a primeira perna da natação, que todo ano o percurso forma um M, onde no meio dele você sai da água, corre uns 70 metros, se hidrata e volta para completar a segunda perna.

Este ano, todos os atletas comentaram e comprovaram pelos seus relógios que o percurso tinha

um total de 4.200metros, e não 3.800, como é estipulado em uma prova de Ironman.

Nem precisa falar que peguei, junto com outros triatletas, uma corrente que puxava para as pedras e acabamos fazendo uma enorme barriga, aumentando nosso trajeto, além da diferença citada acima, em mais 500 metros.....rs. Já estava ali mesmo, vamos dar uma esticadinha, né?!....kkkkkkkkkkkkkkkk

Saio da água e corro para tirar a roupa com a ajuda dos staff da prova.

Passo no corredor das duchas para aproveitar e tirar o sal do rosto e bora pra transição.

Chego na transição, seco o corpo, guardo a roupa de borracha com a toca e óculos, coloco a sapatilha, vou ao banheiro, como alguma coisa, pego a bike e bora para mais uma etapa.

Uma friaca forte nessa hora!

Vento e você com a roupa molhada, lembra na hora da sua avó falando pra tomar cuidado pra não pegar “Friagem”....rs.

Levo na bike 2 garrafinhas com os “venenos” como costumo dizer. Uma mistura de repositores hidroeletrolíticos com pré-treino para dar um UP.

Em algum lugar de Florianópolis

Na primeira rua de paralelepípedo uma delas voa longe.

Vamos que vamos que sobrou uma pelo menos, né?!....kkkkkkk

No caminho, a organização da prova tem os pontos de hidratação com belos squezees da Gatorade com água, que diga-se de passagem, são disputadíssimos pela população de Floripa e inclusive por nós atletas, que adoramos usa-las em treinos e até provas, e também são distribuídas garrafinhas de Gatorade.

Como sabemos que estes squezees são dados durante a prova, levamos pouca hidratação conosco, e o que levamos, geralmente são em garrafinhas que podemos descartar para dar lugar para estes squeezes.

Já deixamos combinado com a família, que iremos passar por eles e jogar as garrafinhas que conseguirmos levar, para que possam guardar para nós...rs.

Nos primeiros 90 km, sinto que a bike está pesando muito, olho para os pneus e está tudo bem, vou seguindo pensando que realmente estava bem despreparado para estar ali.

Na segunda volta, me dá uma luz e resolvo soltar as chavinhas de pressão dos freios. Bingo! O freio dianteiro estava pegando.

Neste momento, falo todos os palavrões que aprendi em todos os meus 39 anos de vida.

Não sei como aconteceu, até porque, os próprios staffs da prova checam isso antes de entrarmos com as bikes na área de transição no sábado. Estava tudo OK!

Bem, a segunda volta já foi melhor que a primeira, mesmo com a porcaria do vento contra que, em alguns pontos, insistia em atrapalhar.

Em todos os momentos difíceis, eu contava com a ajuda das fotos que eu colei no quadro da bicicleta. Uma com a minha esposa e a cadelinha mais louca da face da terra a Dolly, e outra foto com o meu avô comigo quando eu tinha uns 5 anos de idade. Adoro essa foto! Esse foi um presente que Deus me deu e me tirou no ano passado. Uma das pessoa que mais torceram por mim em toda a minha vida e que no Ironman de 2013 me ligou no dia seguinte pra me dizer o quanto estava orgulhoso de ter um neto Ironman.


Passagem pela ponte Hercílio Luiz

Me marcou muito essa ligação, e foi justamente na hora que eu estava voltando para casa e passava exatamente em baixo da ponte Hercílio Luz em Florianópolis, o que me fez chorar muito durante o percurso de bike, na

hora de passar por ela e lembrar deste momento.

Bom, voltando para a prova, finalmente chego na transição, já começando a escurecer, após um pedal de mais de 7 horas.

Entrego a bike para os staffs e sigo pra transição da última etapa, que diga-se de passagem, é a etapa que eu mais gosto e tinha certeza que conseguiria ir bem, mesmo depois de todos os problemas de saúde. A esperança é sempre a última que morre, não é?!

Saio para correr e logo na saída, encontro minha super esposa de bicicleta andando ao meu lado para saber como estou e para me motivar como sempre.

Desenvolvo uma velocidade boa nos primeiros 12 km e depois resolvo dar uma poupada nas pernas para aguentar até o final.

Sempre que possível, minha esposa estava lá, pedalando ao meu lado para dar apoio emocional e fotográfico...rs.

Essa mulher pedalou muuuuuiiitooooo nesse dia!......rs. Ela não tem noção do quanto ver seu sorriso ao meu lado foi importante para me manter firme ali.

Eu, Christian e João

No trajeto, também tenho a grata surpresa da companhia do meu cunhado João Perotti e de nosso amigo Christian Sotero, que já haviamterminado muito bem a prova e vieram dar uma força pro veinho aqui....kkkkkkk

Com um pouco mais de 23km, começo a sentir o tendão da parte frontal entre a canela e o pé. Até tento alternar entre caminhada e corrida, mas fui vencido pela dor fortíssima nessa região.

Valeu Leo Nengaii pelo  emprestimo da bota.

Não desisto, vou mancando, depois de tudo que passei, não ia ser uma dorzinha qualquer que me tiraria o prazer de terminar mais um Ironman dentro do tempo válido da prova.

(Dois dias após a prova fiquei sabendo que estou com tendinite).

Nunca tomei tanta sopa para esquentar o corpo, quanto tomei as dadas nos postos de hidratação da prova....rs. Estava muito frio e chovendo, só pra ajudar! Precisei até passar no Special Needs para pegar meu corta vento.

Finalmente a reta final! Peço para que a minha esposa vá direto para o pórtico de chegada, para conseguir tirar umas fotos legais de recordação e para que eu possa ver o seu sorriso na hora mais importante desse desafio.

Tetê e Claudio

Encontro com os amigos Tetê Matos, Claudio, San e Carla Moreno dando uma força nos Kms finais.

Tetê e seu marido Claudio seguem comigo até a linha de chegada. Amigos muito especiais, numa hora muito especial!

Entro no corredor final....

E mais uma vez escuto a voz do locutor falando o meu nome e a célebre frase tão esperada:

“Ramon Costa você é um IRONMAN!”

Obrigado Deus, por me dar mais uma vez a possibilidade de vivenciar essa experiência única!

Vô, onde quer que o senhor esteja, essa prova foi para o sr!!!

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