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Ironmãe: Terminei o IM Floripa na alma!


27 de maio de 2018. Despertador tocou as 4h da manhã. Tomei café e levei o que restava na área de transição. Estava esperando mais um dia especial em minha vida: a realização de um Ironman. Não era um IM qualquer, era minha nona competição nessa distância, algo que me desafia e me move.

ironmãe no pódio do ironman Florianópolis 2018

As 7h15 soou a buzina e foi dada a largada. Os 3.8km da natação pra mim sempre é um momento tenso. As mulheres largaram com os homens de 60+ e foi muito tranquila. Água gelada, sol raiando, mar mexido. Quando coloquei o pé no chão, tive a sensação de dever cumprido. Primeira etapa vencida. T1 longa e partiu 180km de ciclismo. No início o vento estava bem amigo, empurrando os atletas na bike. Quando estava para fechar a primeira volta, o vento mudou radicalmente e tornou-se nosso inimigo número 1 naquele momento. Ao invés de brigar com ele, optei por continuar na boa pois saberia que a conta iria vir alta na corrida. Outra coisa que estava me deixando intrigada, foi o fato de ver muitos atletas com pneus furados e parados na estrada. Mais tarde, soubemos do caso das tachinhas... (tristes seres humanos!)

Bom, por mais que não tenha feito o pedal que treinei, segui firme rumo aos 42km de corrida. Até o km21 estava me sentindo bem, seguia forte. Mas quando abri a segunda volta, quebrei geral... Dores nas pernas quase me fizeram desistir.

Terminei o IM Floripa na alma! Na paixão pelo esporte e, com certeza, com a ajuda dessa torcida maravilhosa que torceu por mim, de longe e de perto. Vivi uma nova experiência!

Nunca vi, em uma prova, tanta tanta tanta gente torcendo por mim, me incentivando e gritando o meu nome! É imensurável o carinho e a felicidade que tomaram conta de mim. Sofri demais por não ter treinado o tanto que uma prova desse nível exige do atleta, então o corpo gritou e falhou. Mas como sempre digo, nossa energia está na cabeça e com ela toda essa torcida está junto! Eu com certeza, não teria terminado a prova se não fosse a torcida e a bagagem que tenho de provas longas. Isso tudo me levou até o fim. Andei na corrida, parei, conversei com alguns atletas e com a galera da torcida, tirei foto e abracei muito as pessoas e esse carinho todo me levou até a linha de chegada! Olhei a prova com um outro prisma mas cumpri minha missão. A vaga pra Kona já estava garantida, então me diverti e com direito a pódio. Mais uma superação alcançada e vencida com sucesso !

Mais uma vez minha cabeça entendeu que vai doer, mas que vai valer a pena. Na vida a gente leva isso...o carinho, o respeito, a lembrança. Gratidão é o que me move!

Rosecler Costa

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